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COVID-19 E O DISTANCIAMENTO SOCIAL

 

As medidas de distanciamento social que estão sendo dia a dia implementadas pelos Governos Municipais e Estaduais possibilitaram o arraste do momento mais crítico desta crise pandêmica para os meses de maio e/ou junho.

Existe por parte das autoridades, da ciência e dos órgãos de saúde uma preocupação importante sobre o que irá ocorrer com o Brasil nos meses mais frios e período de inverno, 20 de junho a 22 de setembro.

Os dados científicos sobre o isolamento somente dos grupos de risco e idosos não apontam para desfechos positivos ou promissores. Aliás, faltam evidências cientificas ou modelos que comprovem a efetividade destas ações à luz das taxas de transmissibilidade deste vírus e atual condições de atendimento do sistema de saúde brasileiro.

Este arraste nos meses que ocorreu, e que tem sido motivo de piada nas redes sociais, é importante por dar tempo necessário para que os serviços de saúde se adequem e tenham capacidade de atender a demanda de casos moderados e graves de COVID-19 e demais doenças.

Além disso, este arraste possibilita que os testes clínicos avancem e com tempo estabeleçam o melhor ou os melhores protocolos de tratamento para a doença pandêmica COVID-19. Não demora para que tenhamos um protocolo de tratamento estabelecido. Os resultados têm sido promissores, na mesma medida que mais informações sobre a doença são descobertas.

Por fim, este não é o momento para que a população em geral abra mão de todo o movimento dos meses que, por meio do distanciamento social, a população conseguiu construir até aqui. Ao contrário, este é o momento para que a população entenda que ficar em casa e se cuidar é essencial para o desenvolvimento de cenários menos caóticos, principalmente com a chegada dos meses mais frios.

Infelizmente, o Governo Federal não tem praticado o que recomenda, mas em nossas mãos temos a oportunidade de acreditar na ciência e na saúde. Não justifique na irresponsabilidade dos outros a sua irresponsabilidade.

Façamos a nossa parte. Se puder, fique em casa.

 

Éric Diego Barioni é Coordenador da Pós-graduação em Análises Clínicas do IPESSP, Professor Doutor na Universidade de Sorocaba – Uniso, e Delegado do Conselho Regional de Biomedicina da 1ª Região (CRBM-1) na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) e Conselheiro do CRBM-1.