Até o momento, estratégias para identificar doadores com variantes de RH estavam restritas a selecionar indivíduos de ascendência africana com base na raça autorreferida, o que pode ser impreciso em população. Nosso objetivo era: 1) rastrear doadores com variantes de RH em uma população mista, utilizando raça e fenótipo Rh como critério de seleção; e 2) verificar se a inclusão do genótipo Duffy nulo aumenta a sua eficácia na triagem. Métodos: Doadores brasileiros foram incluídos se autodeclarados pretos e fenotipados como R0r ou R1r. Todos os indivíduos foram genotipados para os exons RHCE 1, 5, 6 e 7 e para o polimorfismo FY * B c.-67 T> C para determinar o genótipo nulo Duffy. As variantes de RHD foram pesquisadas nos casos de RHCE alterado. Resultados: Entre 2500 doadores de sangue, 217 preencheram os critérios de inclusão e foram inscritos. 53 (24,4%) tinha um fenótipo Rh clinicamente relevante previsto (antígenos parciais ou falta de antígenos de alta frequência). 12 doadores (5,5%) tinham um fenótipo RHCE previsto sem hrB ou hrS. A frequência (66,7%) ocorreu em doadores com o genótipo Duffy nulo. Conclusão: A seleção de doadores com base na raça autodeclarada, fenótipo Rh e genótipo nulo de Duffy é eficaz na identificação de variantes de RH sem antígenos de alta frequência.
Comentário: Os pesquisadores brasileiros estão cada vez mais dedicados em realizar estudos para garantir a segurança transfusional.
Profª. Dra.ª Cecília Alencar